29 fevereiro 2012

Obsessivo confesso

Preferi não me envolver com a chuva. Cedo o céu se apresentava com uma cor estranha, talvez  por ter dormido com a pregação da TV  confundi o som da tormenta com a irritação de Lúcifer, aquele tom avermelhado do raiar sob as nuvens  despertou-me já com medo, assustado.

O pior do desconforto é não saber o que deve ser evitado: minha genética é chegada a temores e  minha história pessoal sempre foi permeada por sustos, mas  a realidade, geralmente  branda, não foi capaz de  evitar os piores pensamentos, agouros  e presságios.

Deixo tudo trancado tentando sobrepor o barulho dos trovões a com outro som mal separado: quando jovem ganhei aposta de um vendedor de "estéreos" - mínimos decibéis desviavam o centro do arranjo para um lado, e foi necessário um aparelho preciso  para convencer o desconfiado... vitória minha... como chato.

Não é para tudo, mas bobagens podem redirecionar como o som, energia e atenção dando "delay" a paz e ao regaço.

Pronto, balanço resolvido, nova luz instalada, metade do texto digitado:  repasso o resto da manhã e os  compromissos agendados. Pouco importa que não seja o apocalipse, o coração permanece apertado, erro por  tomar algo com cafeína e forço um mea culpa pelos mais recentes descompassos. 
Será que pensarão que não trabalho? Tenho manhã e parte da tarde livre, uma série de filmes/seriados e dois livros pela metade. 

Respiro fundo, como de costume.
Estou vivo e desacomodado...

Já posso abrir a janela, o dia esta mais claro, a música toma conta de todo quarto e eu, por ora, absolvido de todos os pecados.

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