31 dezembro 2007

Mensagem

Quem acompanha esta atemporal trajetória do Camafunga percebe nas nuancias da escrita as mudanças nos dias de quem publica. Mas é um ir e vir nas datas como um relógio de ponteiros loucos e sem direção ou ritmo, ora criança amadurecida, ora um adulto mal preparado e assustado, que precisar momentos fica mais do que desnecessário, é inutil e sem sentido. No entanto, chegado o último dia deste inusitado ano, regozijo com quem me fez mais jovem, agradeço as conquistas divididas com os verdadeiros amigos, lamento as perdas sacrificadas para tudo isso, e comemoro a possibilidade de morrer para logo ali voltar a vida.

Feliz 2008!

20 dezembro 2007

Valores

Vivo a reciclar valores, sempre, não me prendo a griffes e marcas, embora minhas calças novas, só por acaso, tenha nome e sobrenome.Tiro fotos perfeitas e mensagens multimídia em meu novo celular, que também é telefone, gosto de mostrar a falta que sinto, da presença mais constante dos amigos, meu micro então é o máximo, por ele posso receber convites extravagantes como comemorar o sol em seu ponto alto, de postar sempre minhas novidades, receber críticas e agradecer aos pequenos elogios, de mostrar minhas imagens, são flagrantes ou montagens, são momentos da passagem.
Continuo a reciclar valores, agradeço ao novo brilho destes olhos, a visão que aos poucos se concerta, aos passos certos destas pernas, aos braços que permitem abraços mais fortes, o afeto por remédio.

Os raros e dolorosos encontros eram um reforço a indiferença, um esforço a entender onde ficaram a similaridades, onde estava eu este tempo todo. Cada recado não compreendido soa como uma profecia não interpretada, agora o passado ainda fala, mas depois por certo não sobrara mais nada.

19 dezembro 2007

Diálogo

Quase uma hora da manhã, a digestão está difícil. Como destas idiossincrasias mal passadas e depois arroto um misto de anseio e má vontade. Mantenho o hálito acre de desejos não correspondidos e sinto a lingua áspera pelo que não pode ser completamente dito. Queima o esôfago pelo excesso de palavras doces, e ainda arde a cabeça agora cheia de idéias não conjuminadas, álcool e enxaqueca, pulsa o coração em lugar errado, nada alivia pelo que não é encontrado, preciso de um sal de frases, urgente, como um copo de materno leite. Náusea sobe por sentir culpado, me resumo em espasmos de repente texto, gases, o fim, na busca de interesses.

16 dezembro 2007

Paris

Hoje me permito um devaneio maior, uma imagem que não é minha, num pais que nem havia sonhado, mas que tem a ver com ter ouvido a alguns dias um pedido para não ser esquecido. Viajo em pensamento pela ausência da voz desafinada embora de pronuncia e idéias corretas. Um promessa maluca tão louca mas não inviável.

10 dezembro 2007

Busca


Procuro algo que me defina. De sobressalto, mais uma vez, sinto o coração forte e disparado, estou no meio de um caminho que não reconheço, sou um rio acima do curso invadido permanentemente por mar louco e bravo, minha imagem não cabe em cartão nem em fotografia, preciso de todos os cantos e espaços, por menos, não sou compreendido, por mais, tento, mas não me permito ser interpretado. Conheço pessoas por quem me encanto e choro, preencho esperanças em expectativas alheias e, então, me desconsolo. Sigo, embora não avalie em quanto.
Procuro algo que me redefina sempre, uma paisagem limpa, agua mais tranqüila. Paz para que meu peito entre em compasso certo, e eu por perto para que mais tempo viva, vivo a busca do tudo e claro, preciso de um caminho simples onde hoje só conheço atalho.

25 novembro 2007

Em frente...

Pelo silêncio e sensibilidade logo pensei que não fosse real. Pela beleza e superação de preconceitos reafirmei que poderia ser mesmo um sonho. Pela impossibilidade, despedida pelo provável, acreditei apenas na mensagem.

Hoje foi um dia especial, ao lado oposto a todos os sentimentos perdidos incluo chances e conquistas fortes, desejos nunca antes exercitados, simples como as horas que passam bem porque estão preenchidas, depois descanso melhor porque sei que a vida continua após o que possa ser um sonho.

15 novembro 2007

Espelho Mágico

Escondidos ambos os lados, motivos diferentes, sentidos alterados
o ângulo engana e exagera a única identificação provável.
Minha luz é razoável
lucidez inevitável

Descobertos, incide a dúvida do que é reflexo ou que é imagem
sob a luz o mesmo ato, revela outras vontades
uma a angústia da perda
alíviada pelo enfrentamento e pela coragem
o outro busca nenhuma
vitória da insanidade.

Espelho de dupla face,
sempre à mão,
mas ainda sei onde me acho,
na solidão
resto de nossa identidade

10 novembro 2007

Teatro

A cena improvisada sugere uma tragédia.
No primeiro ato o personagem reclama do esquecimento voluntário e expõe a mentira nas desculpas não justificadas. É noite, embora o brilho do piso faça pensar que tenha chovido reforçando mágoa e abandono.
Segundo, a cena da cozinha. A fome supera as tristezas que a esta hora se dissipam pela rica narrativa de uma história complexa, mas o protagonista esta só, o interlocutor não aparece, apenas seu prato, um copo de cerveja já pela metade e uma leve fumaça que invade o ambiente como se alguém ali fumasse. Ambos são perdoados, embora não se enxerguem nem se entendam neste encontro. A obra é um monólogo. Há apenas uma sombra, até que o palco todo se ilumine transfigurando de sala a quarto. Surge da luz uma cama, imensa e impecável de arrumada. O personagem deita de botas, as calças ainda estão molhadas. Silêncio põe fim ao texto. A peça esta acabada.

07 novembro 2007

Reflexão

Tenho evitado ser claro, mas também não me visto do breu que a situação exige, fico nas meias palavras forçando futuras conquistas, ou nas vitórias verdadeiras arrastadas em linhas que estão presentes, mas que não se assumem. Há um tom que é um misto, do cinza a um leve azul, colorido, da luz que oferece matiz mas que nega a cor o seu brilho. Assim tem sido meus textos, também meu diálogo, e meu rito, porque perdi interesses, mas a comunicação permanece e é meu grito. Alô! Que me ouçam, estou vivo, repito como aviso: quero reencontrar minha vida seguindo o mesmo e um novo caminho. Se faço isso na tela, no texto ou num plano de vídeo não vou além do que posso, mas vou até onde é possível. Não fico no tempo de ontem, não choro todo o tempo perdido, mas lamento que poderia ser claro, que havia outra luz e um sol, até então mais bonitos.

05 novembro 2007

Visual

Pedi um cabelo simples. Ja estava acostumado a acordar pronto e penteado. Mas insisti numa nova face, ganhei foi um corte arrojado, mas não me poupado de trabalho.
Quis mudar o guarda roupa, camisas moravam nas calças. As golas sempre fechadas, em cores que não dizem nada. A moça da loja entende, atende com panos quentes, eu saio remodelado, leve, mas quase pelado, ela diz que fiquei bem, que pareço mais atraente que serie também mais notado.
Me aperta o calçado, não costumo usar tênis, me incomodam os cadarços, caminho, o trajeto ainda é longo, mas sigo de vez em frente. Fico no meio do caminho, mas apenas no modelo, um "pisante" confortável, um pouco mais arejado, um sapato maleavel para um pé mais resistente.

Chega a hora do espelho, pior é que me reconheço. Não mudou tempo ou idade, não estou tão alterado, apenas a mesma pessoa que estava esquecida, por si, deixada de lado.

03 novembro 2007

Razões

Nunca achei que fosse perfeito. Minhas reações ficam apenas na medida do que o sentimento e a razão se permitem. Mas esta guerra é insana e as vezes a gente atende ao que o coração chama.
Não vou mentir que fiquei, como nas letras de música, feliz em saber que sofria, que a mesa de bar é pequena e nem todo álcool sacia. Toco desde então os meus dias, amplio a voz na escrita, incorporo a música melodias, me exponho, enfrentando desejos, e erro, porque faz parte da vida.

02 novembro 2007

Revelação

Parece que não despertei, mesmo escrevendo com a luz do monitor nos olhos e o reflexo de um sol forte, passam imagens turvas misturadas de outros dias, de outras vidas, de outros tempos.
Alguém me disse que acordado redijo como se estivesse em transe, e em transe não sei o que registro, por isso se seguir serei mais desconexo, ainda menos preciso, ou, ao contrário, talvez imprima a verdade que fica sempre escondida entre minhas letras. Será?
É um risco. Por isso prefiro parar no próximo ponto, antes que se esgote o sentido para os próximos textos.

28 outubro 2007

Culinária

Come-se a sopa pelas bordas.
A vingança é um prato que se come frio, como uma sopa.

Minha mãe tinha uma receita ótima, que como mãe, acabou não ensinando. Era para que a gente voltasse mesmo depois de saido debaixo de seu colo para provar e dizer que estava ótimo. Eu gostava de "canja de guampa" como ela denominava o prato a base de rês mas feito a semelhança de um caldo de galinha. Ali ia massa, verduras e tantos temperos que misturados a gordura da carne previamente frita na mesma panela, davam gosto de tudo, menos canja. Um dia, por me ver mais deprimido, ela me deu a receita, mas, mesmo com todo ensinamento, saiu apenas um arremedo. Naquele tempo eu tinha com quem dividir o prato e o gosto, mas não o significado.

As vezes esqueço detalhes como este, outras penso que não tive estes tipos de carinhos. Uma sopa e tantos sentidos, e nem era este que eu pensei em ser anunciado.

Acontece que o prato ainda esta quente e tenho medo de queimar os lábios, vejo mais o que esta no centro sem perceber o que já é possível pelos lados. Preciso ter um pouco mais de paciência. Minha mãe até deu a receita, mas não ensinou como se dá o deleite.

Camafunga

Este é Antenor Castro, mais de noventa anos, o "pai do Camafunga". Foi este senhor, amigo do meu pai, que há muitos anos deu este apelido, sei la de onde e sei lá porque. Nunca mais, por muito tempo, e muito mesmo, o havia visto, mas lembrava do rosto e fisionomia, confundindo um pouco com outros tantos senhores daquela época. Ele não imaginava que o nome seria personagem e que um dia ganharia vida. De qualquer modo, mesmo que agora nem se lembre, obrigado!

27 outubro 2007

Visão

Vi quando passou, era como se esperasse. Dificil digerir, mas não impossível.
O peito aperta pela imagem que se associa mas não mais o que devia.
Tinha opção e escolha, mas não maiores alternativas, alterno entre a certeza e a dúvida, entre a realidade e o que queria. Mesmo distante existe uma proximidade interna que não se desfaz tão fácil.
Tantas coisas neste meio, "Over, somewhere...", volta na praça, qualquer companhia pode ter seu preço. O meu é alto, mais do que mereço. Mesmo assim caminho e repito as voltas, as vezes me levam a calma, as vezes não levam a nada. Foi-se o tempo dos automóveis, meus pés estão ligeiros, as luzes ofuscam mas não adiantam, escondo a face no travesseiro. Portas fechadas, todo silêncio, a noite é longa para quem chegar primeiro.
Vi quando passou, imagem, não sou mais eu neste espelho!

23 outubro 2007

Nota da Madrugada 02

Sei que a cara deveria ser melhor, também a postura e a atitude.
Sei que o momento deveria ser mais pleno, como o tempo que não muda o rumo.
Sei que nem toda fala corresponde escuta e que o silêncio pode ser pior do que o grito.
Sei que o fim será pior para os mais fracos, menos equilibrados ou os mais aturdidos.
Sei que para tanto, quanto mais aos exageros, é preciso ter recursos, e recursos serão findos.
Sei que mesmo sem direcionamento a mim e a todos terá atingido.
Se sei tudo porque ainda penso, não havia conclusão prévia nem mensagem póstuma que avise?
Preciso melhorar a cara, a postura e a atitude.

17 outubro 2007

Sobre perdas...

Apenas o título.

12 outubro 2007

Para bom entendedor...meia pataca!

Chega o frescor do amanhecer e nem um traço de sono foi tirado, mesmo em casa com todos os ventos e chuvas que castigam, vem, por uma indiscreta janela, a frescura de uma juventude que se manifesta plena, plena de mim em todas trocas e indiscutíveis possibilidades, expontanea e leve sem o rancor das mágoas. Enquanto isso, só em sua fantasia pobre, Quixote dorme a postos com suas enfeitadas e inúteis armas. Assim será mais fácil, em breve, liquidarei sozinho meus próprios medo.

24 setembro 2007

A parte

Sem dor, pelo momento, não me reconheço no que foi perdido.

Hei de entender na dimensão do tempo, pela riqueza dos fatos e detalhes que nos diferenciam, que deveria estar aqui pela lamúria de uma triste descoberta, da traição composta pelo peso destes anos, o que devia ser chamado assim: por uma vida inteira!
Além, ou mais, sem desespero agudo, me apresento nú apenas sentimento, mesmo que leve, sinto um alívio próximo, até hesitante acato o esperado. Então, troco a conquista do que não foi possível para ir além do que imaginado, um respirar mais puro a inspirar sentidos, um olhar maduro mais valorizado. Reconheço, embora sofra, com sobrado medo, o que foi forjado pela mentira, e mantida vivo em cínico segredo, em troca, me solto livre do amargo gosto da bebida alheia, do desagradável tabaco, mesmo que não fume, do feliz adeus ao corpo, muitas vezes rígido, dos atos falhos que não se permitem retribuir afagos, por fim, é o fim da inconstância das opiniões reversas, de caras as avessas e de retaguardas, dos receios constantes agora fundamentados, do desconfiar correto que não foi tratado.

Sem dor, pelo momento, feliz me compreendo. E esta é só a primeira parte.

17 setembro 2007

Convidado: Solitude


Sol itude, originally uploaded by Camafunga.


ensolarado casarão de antigamente
que doura a tarde
e espalha reflexos nas manhãs
quantos passantes forjaram suas calçadas
quantos amantes suas camas festejaram
e a infinidade de enredos que abrigou
agora jaz sob um sol preguiçoso
enclausurado no crepúsculo
seu visitante solitário
lembra ali sentado
da sua própria sorte
ou quem sabe a sorte do sobrado
e seu olhar perdido
alcança na linha do horizonte
alguma coisa do futuro
se contrapondo a uma
infinidade do passado...

Luiz Tarciso Souza

12 setembro 2007

Entre bules e crenças


Bules, originally uploaded by Camafunga.

09 setembro 2007

História


Eu não creio em bruxas mas conheci uma outro dia.

Uma situação real há poucos dias vivida, fez-me lembrar o teatro. Não creio em fadas ou monstros, mas, desde o primeiro contato, tive certeza, estava diante de um caso. Um pouco, influenciado por suas histórias, de sovinice e alardeadas maldades, embora da, agora, defunta, bem além do preconceito, bastou sua mão semi-estendida, os dedos frios e curvados, a falta deles um aperto, para que eu recuasse assustado. No entanto, por consideração a filha minha amiga, o genro e um cunhado, acompanhei-a até o buraco.

Odeio, de qualquer forma, velórios, mas dos poucos que não puderam ser evitados, este foi o mais diferente, quem sabe dos mais bizarros. Além do público pequeno, da falta de um choro motivado, a aura que estava presente era mesmo de alívio, um alívio generalizado. A entrada uma coleção de fotos, de filhos, netos e enteados, todos sorrindo e vivos, num mural improvisado. Tinha mais foto que gente, poucos de corpo presente, a minoria amigos, mas também não pareciam sofrentes. Os diálogos em volta da tia eram sobre o clima e o dia, que não fora de nada apropriado, pois tivesse escolhido uma segunda, estava frio para sair tão cedo de casa, e afinal, aquele era feriado. Alguém fez um comentário breve, mais pessoal sobre a falecida, que era viciada em compras, em bingo e artesanato, mas nada mais interessante, afetivo, triste ou engraçado. Dado o rito por findo, o mortório encerrado, o defunto despedido, definitivamente encaixotado, foram todos para as casas aproveitar o tempo que restara. Antes porém um cuidado, algo que aos estranhos fez chocado, as filhas colocaram com jeito, leve, sobre o travesseiro da ida, sob a cabeça mais rígida a tal coleção de retratos. Todos sorriam apertados, e para sempre seriam lembrados.

Do que soube no dia seguinte, ou nem dois dias passados, que já haviam dividido a mobilia, as louças, as bebidas e os trapos, da casa grande vazia não ficara mais nem um sapato. Avareza será hereditária, ou foi mal criada esta gente? A verdade é quem nem fria as paredes, a casa estava alugada.

Fui visitar minha amiga, mas por outros e amenos motivos. Notei um entulho de sobras, peças por todos os lados. Quadros demais nas paredes, louças saindo do armário. Um piano que era tão fino parecia ali só jogado. Ainda era inverno este dia, mas eu estava atrasado. Pouco aproveitei da lareira e parti impressionado. Não era a mesma casa que conheci, a atmosfera cheirava a passado. Julguei estar exagerando, talvez mal impressionado, afinal eram as coisas da morta, não enfeites programados.

Menos de duas semanas passadas recebo um telefonema, era minha amiga de voz ainda mais embargada, em meio a um pranto cortado, pensei que era caso de morte, a mãe eu ja tinha enterrado, quem seria agora, alguém mais foi premiado? Não era material o sofrimento, notei pelo choro emocionado, era a casa que havia queimado, não sobrava dela mais nada. Mobilia, casacos e cacos, nem louças ou sequer sapatos, ficaram apenas umas fotos em um canto preservado. Eram fotos da cuca, bruaca. E eu, confirmei o antecipado, não creio em bruxas mas conheci uma delas outro dia.

07 setembro 2007

Quarar


Salve o sol!, originally uploaded by Camafunga.

E saiu o sol.

03 setembro 2007

Brincadeira de Criança


Estilingue, originally uploaded by Camafunga.

30 agosto 2007

Referência

"Era o crepúsculo de uma tarde de inverno. O vento interrompera o tráfego no rio e soprava agora tempestuosamente, em rajadas coléricas, que estalavam como salvas de canhões sobre o oceano. A chuva caia em cordas oblíquas, alternativamente espessas e finas, e Jim vislumbrava, entre as lufadas, ameaçadoras visões das águas tumultuosas, pequenos barcos acotovelavam-se à margem, armações imóveis na bruma densa, grandes lanchas oscilando pesadamente presas a âncoras, proas que se erguiam e se abaixavam, numa nuvem de espuma... Havia na tempestade uma espécie de vontade furiosa, uma raivosa aplicação no ulular do vento e no tumulto do céu e do mar, que pareciam dirigidos contra ele e o deixavam anelante de de terror.
Acotovelavam-no.-"Armem o bote!" Dois jovens corriam perto dele..."
Lord Jim - J.Conrad

Momento


Tempo, originally uploaded by Camafunga.

Desta vez há um silêncio.
É o inverso do luto, mas não um ganho inesperado, um silêncio pela conquista, uma homenagem à luta, ao amor, à persistência, e, quem diria, à coragem.
A mim, por enquanto, obrigado!

27 agosto 2007

Janela


Segurança, originally uploaded by Camafunga.

25 agosto 2007

Luz


Casa Luz, originally uploaded by Camafunga.

23 agosto 2007

Soslaio


Soslaio, originally uploaded by Camafunga.

Começa pela maneira com a qual me atendeu o telefone, logo percebi o tom amável e um grande entusiasmo já a minha primeira pergunta. E nem exigi que se prolongasse tanto, mas, depois de longos minutos em que só pude ficar ouvindo em silêncio, entendi que ele estava era realmente realizado.
Não era esse o habitual, pelo contrário, geralmente me repassava a linha tal um atendente de departamento técnico, mas ali foi afetivo e detalhado como se fizesse questão de que tudo fosse comigo compartilhado. As vezes leva-se tempo para a satisfação, ou nem se acha, mas vejo que dai vem coisa boa, tenho, a cada dia, me afastado mais das infantis resistências e conseguido aproveitar o que nunca devia ter sido desperdiçado. O resto fica para mais adiante, voltarei ao fato.

15 agosto 2007

Inusitado


Panfleto, originally uploaded by Camafunga.

Tanto quanto encontrar Nietzsche num poste,
colocar a foto em post,
uma declaração de amor como suporte,
a minha depressão,
finda
por um passeio, acompanhada
passageira sorte.

Como o coveiro,
agente funerário,
que me visita como a morte, antes da hora marcada, e sem aviso, incomodado,
querendo adequar defunto a diagnóstico provisório .

São os caminhos desta tarde de fazer rir a quem me agrada
e fechar a cara para quem desafia,
da doçura e do enfrentamento, do perdido e pensamento.

Inusitado estar aqui sentado
decifrando e adulando os fatos
na simples procura por recados.

Ainda bem, Nietzsche,
pelo menos, sou amado!


Para a Vera

13 agosto 2007

Insônia


Abandono, originally uploaded by Camafunga.

Espíritos agitados habitam meus sonhos, espero novo dia para poder acalma-los, mas, cada vez mais adaptados, retornam sem prévio aviso zombeteando das minhas escassas horas de descanso. Amanhã estarei me arrastando, mais um zumbi a procura de repouso, rogo uma trégua pois ainda há tempo, mas estou aqui vencido, desperto, escrevendo.

09 agosto 2007

Frio do Cão


Frio do Cão, originally uploaded by Camafunga.

Segundo os noticiários, a tanto, não fazia tantos dias de frio consecutivos e sem trégua, a tanto, os dias encurtados e corridos, empurram a rapidez das horas impedindo que também se congele o tempo.
No entanto, num átimo de sol, me encontro com imagens como esta que me remetem a outras, perdidas como algo esquecido ao freezer, oportunas para aquecer por hora.

04 agosto 2007

Carrocinha


Carrocinha, originally uploaded by Camafunga.

Reflexos...

02 agosto 2007

Trépido


Grão, originally uploaded by Camafunga.

Onde deixei o juízo para sair assim neste frio intenso?
Ouço apenas o som do vento, num dia cinza, a perspectiva vence o medo
quero só, me encontrar sozinho.
Visto camadas de panos e pelegos, meias grossas sobre os pelos,
os olhos escapam da lã e tocas,
sou um bicho encurvado sobre o queixo, mas não reclamo,
quem resfria por gosto não congela, embora não sinta mais minhas pernas.
Aqueço o peito com as imagens,
há algo ali que me fascina,
mais do que o fogo que logo acaba, e se extermina,
preservo no clima minha paisagem,
estou sempre é de passagem,
Para onde vou? Hoje a antártida,
mas serve aqui, no sul extremo,
no gelo ou ou em qualquer outra fria parte

30 julho 2007

Convidado

Tio Zeca, ao ver a foto, me enviou esta poesia, retribuo, em cortesia, com a publicação em parceria:


Casa Rosada, originally uploaded by Camafunga.


AS RUAS
José Carlos Soares

As ruas eu as vejo,
retas, povoadas, novas,
arcaicas, com pedras nuas e calçadas mortas.
Mortas e pisoteadas.
Aquelas tristes e esquecidas,
dos velhos bordéis na beira do cais.
Casas com paredes mofadas.
Mulheres encostadas
em portas podres.
Velhas meretrizes, janelas sem
vidraças num cinzento entardecer.

As ruas, eu as vejo,
quietas, contemplando a vida,
adormecidas na manhã, com pedras
sonolentas, e calçadas vivas.
Estas, alegres e poéticas,
dos casarios sorridentes rodeando a praça.
Nervosas, borbulhando sons.
Cansadas e distraídas, ao anoitecer.

As ruas, eu as vejo,
agitadas, portas qual bocas
gritando sons, num burburinho
inquietante.
Cães e meninos no
mesmo chão. Calor.
Enfeitam–se de néons e cantos
escuros.
Passam na minha inércia,
inconstantes, vivas.
Dançamos em espiral,
interagimos, pois,
amantes somos....


28 julho 2007

Frio


Frio, originally uploaded by Camafunga.

Se me perguntarem se esta foto foi originalmente alterada, afirmo que não, pelo contrário, as cores vivas, o brilho inadequado do sol, as nuvens que não interessavam, talvez um edifício inconveniente ao fundo, fios elétricos que dividiam o céu desnecessários, ramas menores de pouca sombra e alguns outros elementos não estavam na minha visão, nem no sentimento do primeiro olhar, ainda bem que as vezes é possível ajustar estas coisas. Salve a computação gráfica!

26 julho 2007

Tédio


Tédio, originally uploaded by Camafunga.

Esta estátua de um famoso médico pelotense, humanista ao seu tempo, dedicado e querido agora assiste, há pelo menos 10 anos, esta obra inacabada e abandonada.

Caminhada


Porto, originally uploaded by Camafunga.

Não havia quase ninguém, não sei se pelo horário, pelo abandono ou ambos. Fica perto, pelo menos na memória, minha primeira namorada, os passeios pela calçadas dos galpões abandonados. Lembro de uma fuligem que não existe mais, de alguns vizinhos sentados na frente das casas, alguns moleques jogando bola. Eu dirigia, meu carro e minha vida, talvez me percebesse mais independente do que realmente fosse ou do que atualmente me sinta, mas era um tempo de maior acesso, menos guardas, grades e telas. O pouco que tinha transferiram a atividade e agora tem mais prédios com janelas emparedadas do que com velhas dependuradas.

21 julho 2007

Solidariedade


Solidariedade, originally uploaded by Camafunga.

Passando, uma bela manhã de sol, onde todos, como eu, aproveitariam para uma boa caminhada.

20 julho 2007

Fora


Out, originally uploaded by Camafunga.

Sem comentários...

18 julho 2007

Solitude

Tem pouca gente me esperando la fora. Não sei o que deu em ficar, teria todos os motivos para estar por ai, mas preferi deixar as janelas fechadas. Não estou só, apenas seleto nos contatos, um filho, alguns telefonemas, mas nada de "messengers" ou outras ferramentas. Tem um vizinho chato que bate martelo toda a tarde, não sabe que tirei o dia para o silêncio, nem o gato veio para a volta, nem a fome costumeira fez com que desejasse sair do quarto. É noite, e nem percebi o dia, lembro algum compromisso mais sério não cumprido, nada que não possa ser deixado para outro dia, mas não hoje, tem pouca gente me esperando e não faço questão que seja diferente.

15 julho 2007

Arte de Rua


Arte de Rua, originally uploaded by Camafunga.

Algo mudou dentro de mim, para melhor, não vejo só tristeza nas paredes rabiscadas de prédios semi-abandonados em pleno domingo, pelo contrário, consigo ler estes apelos e traduzir melhor estas mensagens e até achar bonito

11 julho 2007

Versão


Boa Praça, originally uploaded by Camafunga.

Procuro ver de mais de uma forma cada situação. Geralmente prevalece a que ameniza, pois não quero adicionar desafeto ou falta de caráter aos já tão contaminados convívios. Mas, quando percebo que não há segunda versão para maus enredos, prefiro me afastar, mesmo quando os personagens estão muito próximos e tão íntimos, que não facilitam em ser ignorados.
Deste sempre houve uma grande disputa, de uma via, já que na maioria das vezes só fiz querer somar ou, pelo bem, ser notado. Mesmo com todo reconhecimento, com a faca e o queijo na mão, afora a realidade do momento e os laços que nos envolvem, vale mais o egoísmo e as frágeis vitórias, geralmente associadas a um poder discutível, mais retido do que merecido. No fundo, tenho pena, porque, pelo menos matematicamente, e embora não queira perceber, seus dias estão contados. Que aproveite enquanto é tempo, e que eu sobreviva para poder mais aliviado não precisar reescrever tantas histórias, a bem da verdade, talvez seja isso que me faça produzir tanto.

10 julho 2007

Noutro mundo

Depois de um tempo afastado retornei ao OVERMUNDO, mas, sinceramente, não gostei muito das modificações, em troca de uma certa funcionalidade fica mais confuso do que próximo encontrar textos atualizados de amigos ou acompanhar as atualizações. Ainda bem que não fui o único a reclamar pelo menos foi a resposta que alguns me deram em e-mail. Mas, esta feito, e tem mais uma colaboração minha publicada ali, chama-se Chuva mas vou deixar sem o link, para testar se ficou, ou não, mais difícil de encontrar.

03 julho 2007

Ressaca

A girar, a girar...que maravilha!
Não fosse a cabeça e suas idéias absurdas e nauseabundas como uma crise de labirinto.
Acordei como se fosse ontem, ou anteontem, pior, como em qualquer mal dia do passado. Pensei em ficar na cama e cabular o trabalho, mas teria que ter ânimo para tomar decisões e não estava pronto para encaminhar nada. Caminho até o banheiro pensando no frio da água, mas um banho poderia ser a terapia de choque que me falta. Na rua, deve estar uns quatro graus, no quarto não passa de dez, por dentro um efeito estufa, o cérebro queima o peito congela.
Sei que tinha mais coisa que devia ser determinada, mas isso foi ontem, ou anteontem, pior, foi em qualquer outro mal dia do passado.
Já dormi de roupa e de sapatos, graças que isso foi a tempos, hoje me cubro de panos quentes e acolchoados, mesmo assim, por vezes meu corpo treme. Não passo mais as noites ao léu ou acordado, mas atiço em meus sonhos os mesmos pesadelos. Preciso de uma xícara de chá, prefiro leite, vou enfrentar meu banho, meu corpo ainda é dormente, mas a cabeça trabalha, e trabalha insistentemente, vira os pensamentos que não descansam...a girar... que maravilha, a girar...

01 julho 2007

Abrigo


Abrigo, originally uploaded by Camafunga.

Periferia.
Pelotas RS

30 junho 2007

Imagem do Passado


Esta imagem esta no Diário da MOrsa, mas acho que merece ficar por aqui também.
Qualquer semelhança pode não ser coincidência!

29 junho 2007

Crônicas

Sem maiores preparos coloco novo link aqui no Camafunga, alguns textos, os mais comentados pelo menos, ou os que mais gosto, é que esta página ficou parecida com a minha cabeça, tudo muito misturado. Bom proveito: A DEDO.

25 junho 2007

Grafite


Grafite, originally uploaded by Camafunga.

São tantas casas emparedadas no caminho, tanta sujeira misturada e entulho, que uma arte de rua, antes desagradável, pode tornar-se um alívio.

23 junho 2007

Madrugada

Só, a luz difusa nas esquinas,
a mesma que invade bons e maus momentos.
Pensamentos
Não me queixo, apenas queria que tivesse sido mais tranqüilo,
ora vejo, ou não vejo
desconheço vultos.
Voltas e mais voltas
não me perco.

Luz
difusa
disfarça a solitude mas passo ali
ainda ali, sem companhia.
Esquina
dobro o tempo até desistir da tua procura,
confundo as horas
é quase dia...

17 junho 2007

Dias de chuva




O olhar engana, o que parece mar pode ser poça, água parada, rua alagada.
O olhar exagera, a sombra sugere a altura a que mente espera.
O olhar confunde, ao fundo existirá, sempre, outro e outro mundo.
O olhar limita, imita o que deseja o sentimento, este era o olhar, era o momento.
O olhar mente, a mente reflete num mar sem ondas, a poça...
O olhar que força.
Ele me entende, se precisar, estende e quebra o pensamento em imaginária orla, ora...
O olhar me acalma e até que sequem as ruas fixarei no olhar minha molhada alma.

14 junho 2007

Reflexo


Reflexo, originally uploaded by Camafunga.

(Clique na Imagem para ver no Filck)

Transito tanto entre os dois lados que nem sei o que é real ou é imagem.

13 junho 2007

Coisa de Maluco

As vezes me tomam por tocado, mas isso só me diverte. Aprendi a lidar com as diferenças, e eu sou um modelo do que digo. Nem sempre sou compreendido, nem preciso, afinal escrevo para mim, fotografo para meus olhos, quem quiser que me acompanhe, do contrario nem me faço propaganda. Esta página é um santuário e até tenho peregrinos, uns vão se chegando outros ficam no caminho. Mas recebo boas mensagens, umas toscas, outras de carinho, mas sou eu comigo mesmo aberto ao imaginário, como esta história que escondida vai marcar o obituário...CSI

11 junho 2007

Alzheimer


Alzheimer, originally uploaded by Camafunga.

Segunda-feira é sempre segunda feira, e é precedida de domingo, nublado como a foto que tirei ontem, repetitivo como o tempo que não dá trégua e descasca pele e reboco.
Hoje é segunda, junho, qualquer dia, não quero olhar muito esta imagem, algo nela me domina. O título veio ao acaso, mas esqueci porque seria, também não lembro a que venho, se isso é foto ou é desenho, ou apenas uma imagem, imaginação e devaneio.

09 junho 2007

Paragem


Paragem, originally uploaded by Camafunga.

Os sinais parecem conflitantes mas apenas querem ser complementares, depende da forma que são avaliados e interpretados. Não sabia nem porque esta imagem tinha me chamado atenção, mas, mesmo sendo de carne e osso, não carro, parei e olhei, até registrei, "paragem".

08 junho 2007

Janta de Família

Cada um, e sem vez, tentavam, de qualquer forma, impor suas existências. Deve ser por isso que crianças e adultos ficavam misturados e comportamentos confundiam-se, nesta hora, mãe-irmã e irmã, tão inseguras para poder cuidar de suas filhas, sentem-se avós que impõem a voz a netos que não se reconhecem como filhos. Confuso, tanto quanto, saber quando, se devem restringir ou dirigir o prato ou a palavra ou se há a vez a mesa, precisam correr aos bancos, trancos e barrancos, pelo melhor pedaço, maior espaço, negado abraço, que apenas, e vez por outra, podem ser reconhecidos. Cada um, e sem esperança, por qualquer grito ou extremada forma, tentavam impor frágil identidade, não negavam o vínculo mas também não dirigiam a ordem, e tudo quanto fosse desta forma feito não era nada que pudesse ser de algum proveito.

03 junho 2007

Feminina Fé


Feminina Fé, originally uploaded by Camafunga.

Nas minhas fotos procuro não interferir em nada, e é interessante como o acaso nos coloca de frente com imagens cheias de símbolos, basta permitir ao olhar a mensagem.

Barro Duro
Pelotas - RS
Em uma árvore qualquer.

01 junho 2007

Ponto de Vista


Fim de Tarde, originally uploaded by Camafunga.

Prefiro, de fato, não insistir na verdade, muito saber pode nos exilar dos convívios, a sociabilidade é graduada pela média portanto as vezes é melhor não contrariar pequenas bobagens.
Ele jura, e até ameaça com documentos, que fui eu um dos responsáveis por uma das suas melhores lembranças. Desde o primeiro relato a história tem ganho dados e personagens, de tanto ouvir decorei-a como verdade e se não me cuido sou capaz de corrigir algum desliza em versão atualizada. Mas não era eu, nem nunca falei com nenhuma daquelas pessoas, muito menos enfrentei maior desafio por ter defendido um despreparado amigo, desconfio que nem era nascido naquela época e que jamais teria licença para estar tão preparado.
Mas é assim, agora não discuto, sou herói de um ato imaginado, mas antes isso que nunca ser desta forma lembrado.

31 maio 2007

Limites


Luz, originally uploaded by Camafunga.

Queria poder correr de um lado ao outro mas sinto que permanece um impedimento. Vejo a ida como volta, e o inverso que pode ser melhor caminho, não sei se estou preso entre as possibilidades ou fora delas sem a chance de atravessa-las. Tenho receio em entender todas as respostas, mas, mesmo assim, fico a analisar melhor hipótese. Quero sentir a liberdade, desprezar múltiplas escolhas, mas a cobrança é pesada, mais forte do que as grades.

27 maio 2007

Pombas


Pombas, originally uploaded by Camafunga.

Primeira que coloco em papel, deve ser porque me identifiquei muito com o casal acima.

Laranjal
Pelotas - RS


26 maio 2007

Verdes


Verde, originally uploaded by Camafunga.

24 maio 2007

Afirmativa

Quando me perguntou se eu tinha alguém pensei em responder com uma metáfora, afinal não posso ser proprietário nem de mim mesmo, mas, ao invés, respondi que sim porque sabia que ali acabaria nosso diálogo.
Gosto dela e nem custei a perceber seus sinais, pelo contrário, estranhamente, antecipei-me sem maiores sustos, uma, porque senti que acreditaria, outra, porque talvez até me entendesse.
Ouço bossa-nova, agora sem o mesmo entusiasmo, as vezes acho enfadonho, não o ritmo, mas as palavras, ando numa fase menos elaborada, mais direta, vivendo apenas de intervalos breves.
Por isso, quando me perguntou se tinha alguém era para aquela hora, olhei o relógio para tentar disfarçar melhor argumento, pois ser sincero pode levar tempo, então, aceitei encerrar a frase numa afirmativa: sim e fim de intento.
Antes fosse assim, um sim tão fácil, encarno um genêro que não mais me representa, Jazz é mais complexo porque não segue normas, não prescinde de frases, e a pauta, é só parte do caminho, no entanto sou visto como garoto bossa-nova, mesmo que tenha passado tanto tempo, não vislumbro longos futuros porque não preciso, pena que um sim não basta, pena...

23 maio 2007

Paredes


Paredes, originally uploaded by Camafunga.

A cor disfarça a ausência.

20 maio 2007

Possibilidades


Possibilidades, originally uploaded by Camafunga.

A imagem fala por si, mas as vezes é bom perceber que as mensagens estão por ai, em qualquer local, no inesperado acerto do acaso com a coincidência.

19 maio 2007

Contravenção


Laranjal
Pelotas
Rio Grande do Sul
Brasil
Frio

14 maio 2007

Objeto


Comprei uma mochila, a principio nada demais, uma mochila, é a segunda, a outra foi para a viagem, também cabia o notebook, mas era quase formal...quase.
Comprei uma mochila, tem lugar para colocar fones, tanto espaço que nem tenho tanto o que distribuir, embora moderna e caiba o note tem penduricalho para cantil, binóculo e GPS. Alguém duvida que a use para o trabalho, eu também não acreditaria se fosse me dito ainda outro dia.
Comprei uma mochila, é tão bonita, melhor do que a que há muito queria, maior que a que sonhei para fugir da rotina, da cobrança que tão cedo me impedia.

06 maio 2007

Arte

Acho que já fui músico, mas não fui renascentista,
escrevi versos sem rima divulgados nas esquinas.

Acho que já fui quase um vituose, mas nem sei de que instrumento,
publiquei aos quatro ventos o que prendia em pensamentos.

Já vivi uma odisséia, enfrentei muitos tormentos,
desenhei a bico de pena a tristeza, marquei bem estes momentos,
resisti fazendo arte me escondendo em trocadilhos,
registrei como retratos, fui além, fotografia,
escolhi muitos retalhos para compor minha melodia.

Acho que fui músico, mas também fui literata,
faço um traço no caminho para achar melhor estrada,
faço um arco, desafio, minhas tintas... tão opacas.

Acho que, no fundo, não fui, é, nada disso,
não criei sequer um quadro, não gravei, não há um disco
as palavras se perderam nas imagens,
amarelaram sem ter dito.
Nem esquinas, nem caminhos
a mais simples cantoria,
Acho que não fui artista
para me iludir
como queria.



01 maio 2007

Ausência


Ausência, originally uploaded by Camafunga.

Não pude deixar de observar o quanto as horas mudam de métrica, de um tempo os minutos leves escorregam em minúcias e consigo absorver cada detalhe, dá até para rever melhor aproveitamento, noutro as horas atropelam-se em eventos, que apurados, nem se completam. Aproveitei o meio-tempo para levar o meu feriado, sem cadência definida, fiz do momento decadente o auge do contemplativo para reter boas imagens como o da moça solitária atravessada sob a transparência do tecido a observar o nada, como eu, ao infinito.

30 abril 2007

Sem Título


Sem Título, originally uploaded by Camafunga.

Havia algo de muito interessante naquela composição, mas que não sabia se conseguiria passar para a foto, a menina confundida com o quadro apenas realçada pela luz do entardecer. Deu nisso!

26 abril 2007

Caixotes de vista


Caixotes, originally uploaded by Camafunga.

Ando numa fase mais fotográfica, ainda entusiasmo da maquina nova, mas assim de câmera dentro da pasta, vou treinando meus limitados olhos para o que for possível, na tentativa de subverter as falhas troco o embaçado da distância pelo meu foco, aquilo que julgo interressante ou belo.

21 abril 2007

Praça do Colono


Colono, originally uploaded by Camafunga.

20 abril 2007

Anverso do Amplexo


Praça 03, originally uploaded by Camafunga.

É somente uma referencia, quase uma imagem-símbolo para representar o que ainda é difícil de ser dito, o título, é o nome de uma crônica nunca publicada, talvez porque permaneça incompleta, mas que desde há muito escolhida como síntese para um primeiro livro. Por enquanto fica a foto do acaso e a esperança da concretização do efetivo abraço.

17 abril 2007

Rio Grande


Praça 02, originally uploaded by Camafunga.

Sábado a tarde, passeando na praça, o mar logo ali, preferi o pássaro aos barcos.

10 abril 2007

Invasão


Coloquei uma linha telefônica nova justamente para não ser encontrado. Não é só por ser esquizito, depois do seqüestro fantasma e alguns telefonemas estranhos era praticamente necessário, deixei a anterior com BINA para um atendimento selecionado. A cada toque do antigo corro para ver se reconheço o remetente, e num exercício enjoado e cansativo escolho se devo ou não dar meu alô. Então, para as horas de repouso e fins-de-semana, nesta nova e recém comprada, a semelhança da linha direta do Batman, deixo-a apenas para os muito intimos, com a ressalva de que jamais a distribuisse. Sem tempo para divulgar o segredo, até porque ainda não apaguei de vez o celular, outra intervenção maldita, ninguém, exceto eu a conhecia.
Agora, aqui, quieto a observar a imagem inspiradora acima, viajando nas lembranças de carnavais passados, talvez até por outras vidas, tentando escrever algo a altura em tal calmaria, recolhido sem culpa ao exercício do ócio recuperador de uma manhã forjada de folga, até que ouço tocar meu velho telefone, não vermelho, mas alouçado preto comprado em brique por valioso preço, e escolhido como imagem para tal finalidade, privacidade. Barulhento, desperta como um eco, digo, berro, do passado que estava por ali aproximado.
Qual o que, atendo por instinto, esquecendo que ninguém poderia me achar por este meio, e inocente digo um "pois não" entre educado e sincero.
"Sim? Com quem deseja falar?", pergunta boba para quem estava só com os pensamentos, mais ainda por me desejar anônimo. "O senhor Marcelo se encontra?", lembra uma daquelas inexpressivas vozes típicas de operadoras de telemarketing. De imediato recorro ao fato. Afinal como teria sido descoberto? De que adiantara trocar endereço se continuaria sendo incomodado? Perguntou em nome de intrometida empresa se conhecia seus desagradáveis serviços. Não cheguei a saber se era Plano de Saúde ou Funerária, furioso, bati a gancho sem completar sequer uma segunda frase. Para que nova conta, não há sequer a possibilidade de estar camuflado? Volto a figura de onde procurava inspiração e lembro, onde hoje estamos sempre sendo observados, antes uma fantasia só como do menino já bastava. E dá vontade de cortar de vez os laços, seja em linhas ou recados para ficar por lá, para sempre, no passado.

08 abril 2007

Passeando 02

Tive a impressão que já tinha passado por aqui mas não tenho certeza, fico confuso quando saio de casa por muito tempo, meu caminho é sempre tão marcado que nem penso enquanto viajo. Carrego minha bagagem e vou no automático Aqui não, presto atenção em tanta coisa que a realidade me absorve, e, além das ruas e vias, sobra pouco espaço para as dúvidas e incertezas.
A letra da música que toca no rádio me diz tanto, mas sobre qual das verdades? Tenho certeza que ja estive na naquela praça, são todas parecidas, foi alí que me despedi dela, mas pode ter sido o outro encontro. Agora chove e a paisagem fica ainda mais confusa, não sei se dobro ou sigo reto, sei que logo ali tem uma parada, não vale a pena, o destino é tão distante e sei que vou repetir muitas destas voltas.

06 abril 2007

Pesca


Pesca Aérea, originally uploaded by Camafunga.

Feriado bom para observar.