17 fevereiro 2008

Sem fotos

Gostaria em primeiro lugar de agradecer a todos que me visitaram como enfermo no dia de ontem, pena que minha imobilidade não tenha permitido fotografar a festa que foi a casa. Meu pós-operatório foi bem mais agradável do que a cirurgia em si, com direto a carinhos especiais de todos os lados já que anestesia foi econômica, como se tivessem arrancado um siso apenas com pomada de xilocaína. Estiveram aqui o Roberto, o Célio, a Celeste, a Ana Paula, a Vera, pai, mãe, filhos e espírito santo, Felipe, Charles, fora os telefonemas do Joel, da Cristina, da Rô e companhia.
Tem um hematoma enorme na minha virilha mas meu filho disse que minha vida sexual sera recuperada sem aquele adorno sobre o púbis, palavra de adolescente.

Segue a novela e e-mails piratas e orkutes falsos, só posso agradecer estar fora de tudo isso, é a minha mensagem no msn atualmente. Fico com dó da vítima embora concorde com as palavras de um amigo...

13 fevereiro 2008

Por todas as mídias.

Antes seriam livros jogados por gavetas e prateleiras, ou bolachões, igualmente empoeirados a lembrar tempos congelados, mas, nesta tecnologia de sons puros e objetos binários, sobram mesmo são discos metalizados e textos condensados em arquivos limpos e organizados. Não carregam ácaros, nem outras sujeiras, mas mantém, pelo menos, a clareza e o brilho da memória. E eu vivi estes dois tempos, da lembrança física de encontrar uma foto perdida entre as páginas, um recado, uma dedicatória ou um grifo de caneta bic, e outro, este, que só agora descompacto desde bits a velhos sentidos, e percebo, que mesmo sem saber, era moderno, bem antes de ser simples.

Encontrei, talvez, os amigos certos, e as melhores companhias, encontrei o fio perdido, a linha que une a cultura ao sentimento escondido, e volto a me emocionar além da dor, também com a mente. Sou papel e tecnologia, mas não deixo de ser quem sempre fui, eu mesmo frente a tudo que me foi dado e adquirido, séculos de outros pensamentos, anos de uma criação sem desvio. No entanto, este eu virou, um tempo, personagem a esconder como as notas e imagens, poesia e sensibilidade.

Viva o mp3, mas salve o LP, resgate a escrita e o que se lê, traços ou vetores, sejam quais forem os fatores, em qualquer ordem sou o produto destes momentos bem mais do que aquilo que determinei como tempo.

05 fevereiro 2008

De Drummond a Anjos

A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
Você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora...

Poucos percebem, alguns ignoram, será necessário um Sarau profano e definitivo para que acordem, ou quem sabe isso nem seja relevante. Tanto que tinha para ser dito ficou por muito diluído entre páginas e diários, aqui mesmo, muitos "e agora..." contra poucos até quando. Mas há mais o que me prenda, mais que a Augusto dos Anjos seus Eus e outras intimidades, há uma outra e possível realidade a que dá força e reinventa a realidade.