23 julho 2012

Crônica de Segunda - Frios pensamentos

Praça da Matriz em Porto Alegre

Vá que eu me esqueça de aquecer o banheiro, de separar a roupa antes de deixar da água, e apague com o frio a percepção de renovar o dia.

Tomo chocolate jurando fugir de outras calorias, escolho um chapéu com feltro concluindo um estilo sem nome, mas não deixarei de sair às ruas.

Ideias são como ervas, crescem em qualquer brecha de preocupação ou compromisso, não dão trégua, não me sustentam, mas vivo por elas.
Quem sabe novo emprego, mais ganho em menos tempo; quem sabe mais tempo, menos empenho e mais aproveitamento; quem sabe mais aproveitamento e menos obrigações sem intento?
Todos anos alardeiam: nunca houve uma estação tão rigorosa - mas estão ali os mesmos casacos, mofos e mantas aguardando seus momentos. Procuro algo que me descomponha -azul com bege-  mas as cores são todas sóbrias, óbvias e sobrepostas.

Um caminho diferente, uma área que não reconheça e onde não me identifiquem, que não precise cumprimentar a ninguém e que também não atentem, a cor, ou se uso tênis.

Tudo volta e se renova, só não posso esquecer de aquecer o banheiro para apagar a intenção do frio que me preserva.





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