07 dezembro 2006

O Fim

Acordei desesperado, por um medo sem sentido, um temor de ser atravessado pelos problemas que chegam com o dia. Mas não lembrava qual o dia, se era segunda, quinta ou feriado. E é terça, mas nem parecia, pois todo tempo em que fiquei parado confundiu meu fuso de trabalho, não bastasse o horário falso, muito que mal adaptado, havia o retorno a labuta , o que queria ser negado.
A luz entrando franca, pela falta das cortinas, que apesar de pagas, não estavam instaladas, incomodava mais do que o calor que não firmara. E é terça, mas bem que podia ser sábado, ou quarta, onde estaria, ai então, bem atrasado, algo além do mal estar, menos mal que imaginário, mas que também não suficiente para todo mal ser explicado.
Há muito associei depressão a pesadelos, despertar sem ter vontade, antes de sons ou de alarmes, um radar que se anuncia, instantes antes do relógio, apenas pelo incômodo e aguçar do desespero, aquele mesmo, imaginário, sempre sem sentido, que atiça mas não acomoda. Hoje tento me adiantar ao tempo, mas parece que este não se importa, meu relógio é novo, e não tem corda, afinal vamos ver quem vem primeiro? E debocha o poderoso por poder me ter inteiro, até confundir simples sentido. Hoje é terça e não é feriado, não há nada em contrapeso, há um dia pela frente, sempre igual, eu que me esqueço.

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