31 agosto 2006

Fragmentos

Meus escritos estão escondidos. E são tantos e dispersos, logo eu, que distraido, nunca encontro as chaves, logo meus, que necessito le-los, mas não me sinto estimulado.
Meus desejos estão por toda parte. Espalho em notas como em pensamentos, recados do que não é notado, quebro a cabeça a remontar pedidos, risco no éter como a desenhar retratos. Um que seja, não encontrado, embaralha o sentido do que era para ser simples, anseado.
Meus momentos não obedecem tempo. Misturo em temas, não catalogados, arquivo morto com pensamento ávido, orientam-se fatos apenas pelo julgamento, mas também me perco se o que sei do certo me faz evitar o errado.
Meus cuidados são desesperados. Incomoda não entender o que tenho, sinto, não é prosa, mas afoitos, assumem como donos, únicos, proprietários de todos os receios, assim, acuados e frageis, submentem-se frente ao inesperado.
Meus mistérios são elaborados.Traço os pontos, mas em paralelo, tenho um sul extremo, magnetizado, rosa dos ventos, venta, inventa, norte, vida e morte, espalham sentimentos fracos.
Meus escritos estão assustados. Os desejos soltos, afastados.
Meus momentos chegam, mesmo que adiantados. Meus cuidados valorizam apenas o desprezado.
Os mistérios, ritos, preparados, cruzam, embaralham os sentidos ocultados.

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