26 dezembro 2008

Arte

Antes que seguisse,  esticou-lhe os braços e entregou-lhe uma caneta. Espaço. Com ela, mesmo que não  percebesse, rabiscou em cada dia o pano de fundo, os caminhos e as possibilidades várias de um trajeto. 


Traços simples, riscos toscos, linhas imcompletas, mesmo que tentasse, e fora dele, somente a alguma distância seria possível atribuir-se um sentido.

Mas algo mais é impreterível, o entendimento do realizado.  Tento dar-lhe um lenitivo, quem sabe um  número pela esperança e assim também firma-lo como idade? Mas artista não mensura, nem atitude, nem comportamento, então ofereço algo entre o nascimento e a morte. 

Angustia a falta de prazo. Infinita é a tinta e a vontade.

Para o passo, que incita, iniciativa é a intenção da vida,  o desafio entre o desejo e o tempo. Para a obra e celebração de término, para o júbilo, aprazimento e gáudio, a compreenção madura de que o que importa não é a obra, mas sua essência.

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