10 novembro 2007

Teatro

A cena improvisada sugere uma tragédia.
No primeiro ato o personagem reclama do esquecimento voluntário e expõe a mentira nas desculpas não justificadas. É noite, embora o brilho do piso faça pensar que tenha chovido reforçando mágoa e abandono.
Segundo, a cena da cozinha. A fome supera as tristezas que a esta hora se dissipam pela rica narrativa de uma história complexa, mas o protagonista esta só, o interlocutor não aparece, apenas seu prato, um copo de cerveja já pela metade e uma leve fumaça que invade o ambiente como se alguém ali fumasse. Ambos são perdoados, embora não se enxerguem nem se entendam neste encontro. A obra é um monólogo. Há apenas uma sombra, até que o palco todo se ilumine transfigurando de sala a quarto. Surge da luz uma cama, imensa e impecável de arrumada. O personagem deita de botas, as calças ainda estão molhadas. Silêncio põe fim ao texto. A peça esta acabada.

Nenhum comentário: