27 outubro 2007

Visão

Vi quando passou, era como se esperasse. Dificil digerir, mas não impossível.
O peito aperta pela imagem que se associa mas não mais o que devia.
Tinha opção e escolha, mas não maiores alternativas, alterno entre a certeza e a dúvida, entre a realidade e o que queria. Mesmo distante existe uma proximidade interna que não se desfaz tão fácil.
Tantas coisas neste meio, "Over, somewhere...", volta na praça, qualquer companhia pode ter seu preço. O meu é alto, mais do que mereço. Mesmo assim caminho e repito as voltas, as vezes me levam a calma, as vezes não levam a nada. Foi-se o tempo dos automóveis, meus pés estão ligeiros, as luzes ofuscam mas não adiantam, escondo a face no travesseiro. Portas fechadas, todo silêncio, a noite é longa para quem chegar primeiro.
Vi quando passou, imagem, não sou mais eu neste espelho!

2 comentários:

Celio disse...

Marcelo...

Vasculhando papéis quase mofados pelo tempo achei este "petit poeme" guardado no fundo da caixa e lembrei de você... não sei pq!

A Borboleta
De manhã bem cedo
uma borboleta
saiu do casulo.
Era parda e preta.

Foi beber ao açude.
Viu- se dentro de água.
E se achou tão feia
que morreu de mágua.

Ela não sabia
- boba! - que Deus deu
para cada bicho
a cor que escolheu.

Um anjo a levou,
Deus ralhou com ela,
mas deu roupa nova
azul e amarela.

(Odylo Costa, Filho) Brasil

Camafunga disse...

eu sei porque. Porque tua sensibilidade quis me dar este recado.
Obrigado, assim como obrigado por te referir a mim como essência, isso me fez bem durante o resto do dia.