24 setembro 2007

A parte

Sem dor, pelo momento, não me reconheço no que foi perdido.

Hei de entender na dimensão do tempo, pela riqueza dos fatos e detalhes que nos diferenciam, que deveria estar aqui pela lamúria de uma triste descoberta, da traição composta pelo peso destes anos, o que devia ser chamado assim: por uma vida inteira!
Além, ou mais, sem desespero agudo, me apresento nú apenas sentimento, mesmo que leve, sinto um alívio próximo, até hesitante acato o esperado. Então, troco a conquista do que não foi possível para ir além do que imaginado, um respirar mais puro a inspirar sentidos, um olhar maduro mais valorizado. Reconheço, embora sofra, com sobrado medo, o que foi forjado pela mentira, e mantida vivo em cínico segredo, em troca, me solto livre do amargo gosto da bebida alheia, do desagradável tabaco, mesmo que não fume, do feliz adeus ao corpo, muitas vezes rígido, dos atos falhos que não se permitem retribuir afagos, por fim, é o fim da inconstância das opiniões reversas, de caras as avessas e de retaguardas, dos receios constantes agora fundamentados, do desconfiar correto que não foi tratado.

Sem dor, pelo momento, feliz me compreendo. E esta é só a primeira parte.

2 comentários:

Celio disse...

Hei de entender o tempo!.... o tempo de hoje.... de ontem... do amanhã... Eis o tempo que destrói e fortifica!... o tempo do "eu" tragado e expelido.... hei de me transformar em tempo!!!!
Abraços!!!!!

Unknown disse...

O tempo... o vento... as lembranças... as saudades... os desejos... tudo pasa,
A poesia construída dentro da alma dos homens não passa,
Ao contrário, cresce... com o tempo, com o vento, com as embranças, com as saudades com os desejos...
Ao crescer a poesia, cresce o poeta.
Beijos, conte sempre