Acho que já fui músico, mas não fui renascentista,
escrevi versos sem rima divulgados nas esquinas.
Acho que já fui quase um vituose, mas nem sei de que instrumento,
publiquei aos quatro ventos o que prendia em pensamentos.
Já vivi uma odisséia, enfrentei muitos tormentos,
desenhei a bico de pena a tristeza, marquei bem estes momentos,
resisti fazendo arte me escondendo em trocadilhos,
registrei como retratos, fui além, fotografia,
escolhi muitos retalhos para compor minha melodia.
Acho que fui músico, mas também fui literata,
faço um traço no caminho para achar melhor estrada,
faço um arco, desafio, minhas tintas... tão opacas.
Acho que, no fundo, não fui, é, nada disso,
não criei sequer um quadro, não gravei, não há um disco
as palavras se perderam nas imagens,
amarelaram sem ter dito.
Nem esquinas, nem caminhos
a mais simples cantoria,
Acho que não fui artista
para me iludir
como queria.
06 maio 2007
Arte
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