Fui ver àqueles que chamo afetivamente de "meus velhos". Hoje por três motivos: é raro uma manhã de folga, acordei angustiado em ficar em casa e é o dia de receber meus proventos.
De início custei um pouco a acostumar-me com estas casas - tanto quanto á luz da rua, pois é outono e o sol brilha muito forte - mas não machucam. Com o passar, aprendi a entender tais instituições, a doar-me com prazer e regozijo e aproveitar efetivamente as trocas. Com isso, em cada contato me sinto mais jovem, do mesmo modo, aliviado por perceber tudo o que foi vivido, e, quem sabe, ir me preparando para em breve estar do mesmo lado.
Quando acordei lembrei das contas vencidas, da falta de horários, das ameaças do dia, do fim do feriado, do acidente de barco, do jovem atropelado, do improvável risco de cólera e da fome não ser saciada.
Mania de valorizar o medo, inverso ao ímpeto que me faz sair do leito.
Fui ver meus velhos e tomar mais uma lição de vida e sobrevivência, voltei esperançoso de que sempre há mais o que ser feito, fiz esta fotografia, e ainda recebi meu numerário. Não há do que se queixar!
Um comentário:
Quando a gente olha para quem já viveu muito mais que nós e vê que estão "vivos" e de alguma maneira confortáveis e felizes ( a seu modo é claro...) temos que dar graças a Deus por tudo que temos, que somos e por tudo que ainda vamos viver.
Os mais velhos nos dão, como dizes muito bem, uma lição de vida e saímos de perto deles mais certos de que ainda há muito a ser feito. Vamos em frente e seja bem-vindo o amanhã.
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