Antes que seguisse, esticou-lhe os braços e entregou-lhe uma caneta. Espaço. Com ela, mesmo que não percebesse, rabiscou em cada dia o pano de fundo, os caminhos e as possibilidades várias de um trajeto.
Traços simples, riscos toscos, linhas imcompletas, mesmo que tentasse, e fora dele, somente a alguma distância seria possível atribuir-se um sentido.
Mas algo mais é impreterível, o entendimento do realizado. Tento dar-lhe um lenitivo, quem sabe um número pela esperança e assim também firma-lo como idade? Mas artista não mensura, nem atitude, nem comportamento, então ofereço algo entre o nascimento e a morte.
Angustia a falta de prazo. Infinita é a tinta e a vontade.
Para o passo, que incita, iniciativa é a intenção da vida, o desafio entre o desejo e o tempo. Para a obra e celebração de término, para o júbilo, aprazimento e gáudio, a compreenção madura de que o que importa não é a obra, mas sua essência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário