28 novembro 2012
25 novembro 2012
24 novembro 2012
Requentando - Travessia
Há um ano eu desistia do Diário da MOrsa, que por sua vez já era filho do blog original do Camafunga, este ativo há quase uma década. Mais do que apagar o personagem fechei o acesso a tudo que fora por anos publicado. A Morsa voltou para o mar e o material está na geladeira dos meus arquivos. Sexta-feira, enquanto entrevistado pelo Álvaro no programa Olhares da RadioCom, percebi num comentário próprio, que além de não reler o que escrevia, talvez nem lembrasse do que já fora publicado. Não que eu vá mudar um hábito de hiperativo que só vê à frente, mas, pensei melhor em quem sabe recuperar alguns dos textos. Há uma distância, entre aquele que se chamava por bicho ao que agora assina o nome. Então, há um jeito, tentar reinventar o pensamento ou republicar alguma destas histórias mudando um tempero. É neste sentido que crio mais uma possibilidade neste diário: o Requentando, e para dar início trago uma crônica de setembro de 2011.
Travessia
Olhar para os lados, ambos os lados!
Pensei que tivesse entendido, mas as experiências passam e as lições não se completam.
Um problema, que não tem a ver com a chance de escorregar em pedra lisa ou o de ser atropelado, algo diferente e distante mas que remete a mesma identidade. Travessia.
Tudo parece árduo, obscuro e complicado, mas é simples, e novamente, só preciso chegar ao outro lado. Nem tanto, dias se passam e fixado os olhos, permaneço parado.
Há uma questão sem resposta. Crescem as imagens distorcidas de monstros não bem caracterizados. Seriam seres loucos, maus e desatinados?
Tremo porque não respeitam minhas pernas, e suspiro pela saudade da tal senhora e de suas mãos - que não existem mais em forma; até reencontrar a lição do tempo:
Travessia
Olhar para os lados, ambos os lados!
Pensei que tivesse entendido, mas as experiências passam e as lições não se completam.
Minha avó calma, mas ainda titubeante, tentava dar métrica a decisão do melhor momento. Atravessar ou esperar? Complexa é a divisão do tempo. Como compreender entre ficar parado ou correr o risco de cruzar de uma vez e rápido? Carros, seres com vida incorporada, eram mais céleres e traiçoeiros, porque então eu, pequeno e nada máquina, teria que usar os freios?Tempo, outra vez o tempo, até que ritmo, visão e momento se associassem para poder deixar de lado as trêmulas mãos de Parkinson. Deste antes, só queríamos chegar ao outro lado. Ela pela cautela, eu pela ansiedade - opostas, mas semelhantes dificuldades.
Um problema, que não tem a ver com a chance de escorregar em pedra lisa ou o de ser atropelado, algo diferente e distante mas que remete a mesma identidade. Travessia.
Tudo parece árduo, obscuro e complicado, mas é simples, e novamente, só preciso chegar ao outro lado. Nem tanto, dias se passam e fixado os olhos, permaneço parado.
Há uma questão sem resposta. Crescem as imagens distorcidas de monstros não bem caracterizados. Seriam seres loucos, maus e desatinados?
Tremo porque não respeitam minhas pernas, e suspiro pela saudade da tal senhora e de suas mãos - que não existem mais em forma; até reencontrar a lição do tempo:
Calma, meu filho, calma... é só olhar para ambos os lados.
21 novembro 2012
19 novembro 2012
15 novembro 2012
12 novembro 2012
Tempo
Vinha feliz a menininha carregada de um lado pelo pai e do outro por um cãozinho. Pela conversa o cusco era emprestado por um tio que viajava.
-Pai, quando temos que devolver o Bolinha?
-Em uma semana, filha.
-E quando é isso?
-Sete dias.
-Como se conta?
-Assim: um dia, dois dias , três, quatro, cinco, seis e depois sete. Sete dias!
A menina, atrapalhada entre a coleira e os dedos que sobravam, tentava imitar o pai, e depois de contar, e recontar baixinho, olha para ele e divide uma solução:
-E se eu parar no seis?
-Pai, quando temos que devolver o Bolinha?
-Em uma semana, filha.
-E quando é isso?
-Sete dias.
-Como se conta?
-Assim: um dia, dois dias , três, quatro, cinco, seis e depois sete. Sete dias!
A menina, atrapalhada entre a coleira e os dedos que sobravam, tentava imitar o pai, e depois de contar, e recontar baixinho, olha para ele e divide uma solução:
-E se eu parar no seis?
07 novembro 2012
05 novembro 2012
Prioridade
Tenho que me vestir mas percebo que, em sua maioria, as roupas - que pareciam tantas - não mais me servem, parecem apertadas, saíram de moda ou com as restantes descombinam-se como trapos.
Hoje é segunda e é novembro, o novembro de quando exclamamos: "puxa o ano esta terminado!". Importa-me o tempo, que não seja tarde, pois tenho tanto a ser encaminhado.
A agenda tem múltiplos formatos: uma é melhor para economia, outra para as atividades prazerosas, mas preciso ser fiel e escravo a do trabalho. É dia de pagar contas. Confiro, o aluguel não pode ser atrasado, o rancho está pela metade, e gastos, preciso trocar os sapatos.
Duas horas mais duas serão quatro e quando der por mim, como o ano, será noite sem que tenha terminado. Na volta quero o conforto de minha cama, prioridade.
Amigos em quantidade não me agradam, parecem também apertar-me. Mudam os interesses, saí de moda, ou, com os restantes, não combinam com meus tratos.
Tenho tanto que fazer: desprezar roupas, revisar agenda, apagar afetos, pagar as contas, mas antes de faze-los, para que não perceba tanto o passar do tempo, preciso arrumar o quarto.
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