18 outubro 2008

Fresta

Quantos tempo sem abrir as janelas?
O suficiente para esquecer da vista, por isso, me surpreendi com o que vi. Não faz sol nem chuva nesta casa, mas, lá fora, o clima muda de tal modo que fica difícil definir estações e clima.
Meus pais saíram cedo o que confunde a noção de horas, eles trocam de atividade e emprego como eu de humor, tanto, que não sei qual deles me sustenta ou se me falta. 

Sempre quis um animal doméstico, agora teria a quem dedicar afago, mas sobram papéis com notas e roupas, jogados pela casa. Bagunça dedicada. Em meio, leves só os tecidos que mantém-se perfumados para sustemtar nostalgias, seletivo, recordo um período mais antigo onde o que era novo é o que  hoje me traz enfado.

Abro de canto até que a luz incomode e irrite, desvio o rosto com desconfiança do que resta desta via. Custo, mas consigo acostumar-me ao claro apelo de sair a busca, até as roupas aproveitam roubando novas cores para se  mostrarem vivas, eu, renitente, permaneço sem camisa. 
Nú em esperanças penso se retornam, ou terei que enfrentar o tudo sozinho? 

Os textos são de contas e cobranças, alertas para que não caiam no esquecimento, projetos não cumpridos associados a  tarefas de longo prazo. 

Opto por fechar, de leve, como se apagasse um curto filme, tão curto como o tempo e esta escrita,  que me restam para colocar  a casa em ordem.