31 dezembro 2007

Mensagem

Quem acompanha esta atemporal trajetória do Camafunga percebe nas nuancias da escrita as mudanças nos dias de quem publica. Mas é um ir e vir nas datas como um relógio de ponteiros loucos e sem direção ou ritmo, ora criança amadurecida, ora um adulto mal preparado e assustado, que precisar momentos fica mais do que desnecessário, é inutil e sem sentido. No entanto, chegado o último dia deste inusitado ano, regozijo com quem me fez mais jovem, agradeço as conquistas divididas com os verdadeiros amigos, lamento as perdas sacrificadas para tudo isso, e comemoro a possibilidade de morrer para logo ali voltar a vida.

Feliz 2008!

20 dezembro 2007

Valores

Vivo a reciclar valores, sempre, não me prendo a griffes e marcas, embora minhas calças novas, só por acaso, tenha nome e sobrenome.Tiro fotos perfeitas e mensagens multimídia em meu novo celular, que também é telefone, gosto de mostrar a falta que sinto, da presença mais constante dos amigos, meu micro então é o máximo, por ele posso receber convites extravagantes como comemorar o sol em seu ponto alto, de postar sempre minhas novidades, receber críticas e agradecer aos pequenos elogios, de mostrar minhas imagens, são flagrantes ou montagens, são momentos da passagem.
Continuo a reciclar valores, agradeço ao novo brilho destes olhos, a visão que aos poucos se concerta, aos passos certos destas pernas, aos braços que permitem abraços mais fortes, o afeto por remédio.

Os raros e dolorosos encontros eram um reforço a indiferença, um esforço a entender onde ficaram a similaridades, onde estava eu este tempo todo. Cada recado não compreendido soa como uma profecia não interpretada, agora o passado ainda fala, mas depois por certo não sobrara mais nada.

19 dezembro 2007

Diálogo

Quase uma hora da manhã, a digestão está difícil. Como destas idiossincrasias mal passadas e depois arroto um misto de anseio e má vontade. Mantenho o hálito acre de desejos não correspondidos e sinto a lingua áspera pelo que não pode ser completamente dito. Queima o esôfago pelo excesso de palavras doces, e ainda arde a cabeça agora cheia de idéias não conjuminadas, álcool e enxaqueca, pulsa o coração em lugar errado, nada alivia pelo que não é encontrado, preciso de um sal de frases, urgente, como um copo de materno leite. Náusea sobe por sentir culpado, me resumo em espasmos de repente texto, gases, o fim, na busca de interesses.

16 dezembro 2007

Paris

Hoje me permito um devaneio maior, uma imagem que não é minha, num pais que nem havia sonhado, mas que tem a ver com ter ouvido a alguns dias um pedido para não ser esquecido. Viajo em pensamento pela ausência da voz desafinada embora de pronuncia e idéias corretas. Um promessa maluca tão louca mas não inviável.

10 dezembro 2007

Busca


Procuro algo que me defina. De sobressalto, mais uma vez, sinto o coração forte e disparado, estou no meio de um caminho que não reconheço, sou um rio acima do curso invadido permanentemente por mar louco e bravo, minha imagem não cabe em cartão nem em fotografia, preciso de todos os cantos e espaços, por menos, não sou compreendido, por mais, tento, mas não me permito ser interpretado. Conheço pessoas por quem me encanto e choro, preencho esperanças em expectativas alheias e, então, me desconsolo. Sigo, embora não avalie em quanto.
Procuro algo que me redefina sempre, uma paisagem limpa, agua mais tranqüila. Paz para que meu peito entre em compasso certo, e eu por perto para que mais tempo viva, vivo a busca do tudo e claro, preciso de um caminho simples onde hoje só conheço atalho.