25 novembro 2007

Em frente...

Pelo silêncio e sensibilidade logo pensei que não fosse real. Pela beleza e superação de preconceitos reafirmei que poderia ser mesmo um sonho. Pela impossibilidade, despedida pelo provável, acreditei apenas na mensagem.

Hoje foi um dia especial, ao lado oposto a todos os sentimentos perdidos incluo chances e conquistas fortes, desejos nunca antes exercitados, simples como as horas que passam bem porque estão preenchidas, depois descanso melhor porque sei que a vida continua após o que possa ser um sonho.

15 novembro 2007

Espelho Mágico

Escondidos ambos os lados, motivos diferentes, sentidos alterados
o ângulo engana e exagera a única identificação provável.
Minha luz é razoável
lucidez inevitável

Descobertos, incide a dúvida do que é reflexo ou que é imagem
sob a luz o mesmo ato, revela outras vontades
uma a angústia da perda
alíviada pelo enfrentamento e pela coragem
o outro busca nenhuma
vitória da insanidade.

Espelho de dupla face,
sempre à mão,
mas ainda sei onde me acho,
na solidão
resto de nossa identidade

10 novembro 2007

Teatro

A cena improvisada sugere uma tragédia.
No primeiro ato o personagem reclama do esquecimento voluntário e expõe a mentira nas desculpas não justificadas. É noite, embora o brilho do piso faça pensar que tenha chovido reforçando mágoa e abandono.
Segundo, a cena da cozinha. A fome supera as tristezas que a esta hora se dissipam pela rica narrativa de uma história complexa, mas o protagonista esta só, o interlocutor não aparece, apenas seu prato, um copo de cerveja já pela metade e uma leve fumaça que invade o ambiente como se alguém ali fumasse. Ambos são perdoados, embora não se enxerguem nem se entendam neste encontro. A obra é um monólogo. Há apenas uma sombra, até que o palco todo se ilumine transfigurando de sala a quarto. Surge da luz uma cama, imensa e impecável de arrumada. O personagem deita de botas, as calças ainda estão molhadas. Silêncio põe fim ao texto. A peça esta acabada.

07 novembro 2007

Reflexão

Tenho evitado ser claro, mas também não me visto do breu que a situação exige, fico nas meias palavras forçando futuras conquistas, ou nas vitórias verdadeiras arrastadas em linhas que estão presentes, mas que não se assumem. Há um tom que é um misto, do cinza a um leve azul, colorido, da luz que oferece matiz mas que nega a cor o seu brilho. Assim tem sido meus textos, também meu diálogo, e meu rito, porque perdi interesses, mas a comunicação permanece e é meu grito. Alô! Que me ouçam, estou vivo, repito como aviso: quero reencontrar minha vida seguindo o mesmo e um novo caminho. Se faço isso na tela, no texto ou num plano de vídeo não vou além do que posso, mas vou até onde é possível. Não fico no tempo de ontem, não choro todo o tempo perdido, mas lamento que poderia ser claro, que havia outra luz e um sol, até então mais bonitos.

05 novembro 2007

Visual

Pedi um cabelo simples. Ja estava acostumado a acordar pronto e penteado. Mas insisti numa nova face, ganhei foi um corte arrojado, mas não me poupado de trabalho.
Quis mudar o guarda roupa, camisas moravam nas calças. As golas sempre fechadas, em cores que não dizem nada. A moça da loja entende, atende com panos quentes, eu saio remodelado, leve, mas quase pelado, ela diz que fiquei bem, que pareço mais atraente que serie também mais notado.
Me aperta o calçado, não costumo usar tênis, me incomodam os cadarços, caminho, o trajeto ainda é longo, mas sigo de vez em frente. Fico no meio do caminho, mas apenas no modelo, um "pisante" confortável, um pouco mais arejado, um sapato maleavel para um pé mais resistente.

Chega a hora do espelho, pior é que me reconheço. Não mudou tempo ou idade, não estou tão alterado, apenas a mesma pessoa que estava esquecida, por si, deixada de lado.

03 novembro 2007

Razões

Nunca achei que fosse perfeito. Minhas reações ficam apenas na medida do que o sentimento e a razão se permitem. Mas esta guerra é insana e as vezes a gente atende ao que o coração chama.
Não vou mentir que fiquei, como nas letras de música, feliz em saber que sofria, que a mesa de bar é pequena e nem todo álcool sacia. Toco desde então os meus dias, amplio a voz na escrita, incorporo a música melodias, me exponho, enfrentando desejos, e erro, porque faz parte da vida.

02 novembro 2007

Revelação

Parece que não despertei, mesmo escrevendo com a luz do monitor nos olhos e o reflexo de um sol forte, passam imagens turvas misturadas de outros dias, de outras vidas, de outros tempos.
Alguém me disse que acordado redijo como se estivesse em transe, e em transe não sei o que registro, por isso se seguir serei mais desconexo, ainda menos preciso, ou, ao contrário, talvez imprima a verdade que fica sempre escondida entre minhas letras. Será?
É um risco. Por isso prefiro parar no próximo ponto, antes que se esgote o sentido para os próximos textos.