31 outubro 2006

Fim-de-Semana

Tinha tudo para ser mais um dia normal, seria não fossem as complicações inerentes. Um amigo lembraria que o homem é um bicho que não deu certo, acho que a frase é do Millor, mas não importa, vale é saber que nem tudo pode ser dirigido nem controlado, nem os eventos de um simples domingo.

Churrasco, eleição, feira do livro, plantão... o dia promete!
Esta notação vai ser feita aos poucos, a medida que as horas corram, e corro o risco de me decepcionar, ou não, em cada uma destas situações, por isso vou posta-las em seus devidos horários.

26 outubro 2006

Azedume

Não vos peço que me leiam, portanto fiquem a vontade.

Devo estar meio neurótico, talvez a idade me faça desse jeito, ou, quem sabe, tenha apenas amadurecido e acordado, mesmo que tarde, para as inutilidades desta vida.
Acabo de chegar de uma delas. Convocado, senão sequer teria ido, minha parcela funcionário público, totalmente desacompanhada de minha alma erudita, compareceu a um agrupamento para planejamento e metas na Secretaria Municipal de Saúde, virge!

25 outubro 2006

Terceirizada

Aqui não é mais o local de indicações, entretanto, não posso deixar de dividir com quem entra por esta porta o último programa do Palavras de Ouro, o de número 64. Pena que não o tenha por escrito, pois é digno de guardar em papel, mas deixo link do podcast na sempre interessante e personalizada interpretação de Luis Gaspar. São orientações para jovens escritores a partir de um escrito antigo publicado em Portugal, ouçam para entender. Aqui:Estudio Raposa.

24 outubro 2006

Atualizações

Busão tecnológico- em pleno ônibus colonial um flagrante inesperado, mas não me fiz de rogado e roubei a imagem como celular.

Irmã Selma- esquete tirado do terça insana, impagável (até por que foi tirado do You Tube mesmo)

21 outubro 2006

Pesadelo



Adentro com desconfiança, a mesma de quando percebi, pela primeira vez, as paredes verdes que cercavam a escada. Não sei que idade teria, desta, ou das outras vezes, nem de quantas tive repetidos sonhos. Eram de estar ali, e me vestir descalço, enquanto, atrapalhado, descia em busca ansiosa a um cimentado pátio. Fixou-me mais que ida, a falta dos sapatos, imagem incompleta de quem os perdia a escada. Noutras, os queria em combinadas cores, mas o desconforto havia de pés abandonados.
Não quis voltar ao prédio, mantenho-o em imagem como em remota era, há um receio que o veja e ainda assim estranhe. Se sou pequeno hoje, antes o mundo era o gigante. Penso que possa me perder em sonhos, por corredores longos, a desafiar o medo. Preciso de portas que não correspondam a salas, procuro espaços que não me sejam óbvios. Por isso, mantenho o coração batendo, rápido e crescido, e olho acima um muito alto teto, adentro, pé-direito que lâmpada alguma ilumina inteiro.
Esqueci, entretanto, o elemento humano. Lá desciam crianças feito um rebanho. Escada longa e escura não nos leva a nada, a um pátio apenas, área acinzentada. De tão medonhos e estranhos,quase que pequenos ratos, empurram a frente e passam sem reparar nas faltas, afinal, é minha, a de não vestir direito, de sentir-me lento para sobrepor o intento. De poucos guardaria o nome, tampouco rostos ou sentidos intensos. Lembro apenas da escada entre paredes verdes, da pressa, do recreio e do receio entre meus pés largados.

05 outubro 2006

História de Amor

A Mara amara Antunez
Antunez não a Mara

A Mara amarra cruzes
Simpatia não desata

A Mara vestiu-se em luzes
Pela fé que conquistara

A Mara, na marra, Antunez
Mas amor não se amarra

A Mara amarga cruzes
Fantasia aqui se apaga

A Mara morre luzes

Morre amor
Amarga
Amara



Marcelo Soares / janeiro 2003