25 julho 2006

Força

"às armas, às armas!
Que fizeste, ó mui torpe sorte!
Arrebataste todas as alegrias
de nossa vida! "
Carmina Burana, canções de taberna Ego sum abbas



Deveras, estava acostumado as agruras da vida, devia. A cada conquista, nem bem a batalha, mal vencida, empunha escudo e lança sem importar se estava em veste maltrapilha. Escória, escorre o sumo rubro sem chance a curativo. Toma, hematoma, e põe a paz ainda em ferida, nem tempo há para uma bebida. Vinho? Como brinde, Baco é desprezivel, recolhe a cortezia em detrimento ao aço que é rijo mas não blinda, força, insiste em não entender questão finita.

Pudera, não havia histórias tão bonitas, nem vitórias, quanto menos treguas, reguas medem pelo que é estabelecido, convenções são discutidas, mas domina o comum, o meramente difundido. E lá se vão, arrastadas, armaduras, que tentam, mas não preservam conteúdo, por dentro suam e oxida, duras, articulações ringem denunciando desânimo e conformidade, mas é hora de outra luta. Ou não seria?

Quisera, seria esta a primeira frase, repetida. Não há volta quando existe um só destino, nem revolta se a batalha é uma rotina. Baco, como festa, é fantasia, reforço em metal o que o pensamento anuncia: "às armas, às armas!"

12 julho 2006

O Segredo da Avenca

Lembro de muito tempo
da fragilidade e do dito
"frágil como avenca
que se desfolha pelo grito".

Desconheço seu formato,
penso em rama e cabeleira,
pelo nome, a francesa, capillaire é erudito
Mas são tantos atributos, para ficar no esquecido,
tira dores, tussideira,
bom dos pés até os ouvidos

Há uma dessas e um amigo
um segredo e um sentido
ele dentro, ela fora, ele aberto, ela abrigo

Antiasmática, haja folêgo
hepática e adistringente
cardiotônica, colagoga
um cuidado exigente
Uma planta que é droga
um poder que se extende
afasta catarro, caspa
restabelece partuirente
dores das regras, menarca
resfriado e dor de dente

Há uma dessas e um amigo
um detalhe, outro sentido
ela, guarda no silêncio
ele, divide comigo


Para o Kleber Ramil